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quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Laboratório inglês divulga as imagens do primeiro peixe invisível.

"Estudantes e cientistas estiveram no laboratório do Centro de Pesquisas de Londres para observarem o peixe invisível."



Um laboratório de um centro de pesquisas, da Inglaterra, divulgou, a imagem do primeiro peixe invisível pescado nas águas do Oceano Ártico há cerca de uma semana. O peixinho invisível que está no aquário – veja na imagem – será estudado por pesquisadores de todo o mundo.

O cientista britânico Alfred, disse que este peixe é de uma espécie rara ainda não catalogada pela ciência. “O fato de o peixe ser invisível faz com que as pessoas não vejam, e não acreditem que ele exista, razão pela qual a ciência ainda não catalogou a espécie”, disse.

Estudantes de biologia de uma universidade inglesa visitaram o laboratório, na manhã desta quinta-feira (3), para observarem o peixe. “Só vejo o aquário, mas isso é uma coisa óbvia, porque se ele é invisível, é claro que não poderei ver”, disse um dos estudantes.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Estudo questiona mamografia para diagnóstico precoce.



DEBATE
O trabalho dá nova força à polêmica já colocada em pesquisas recentes. Em setembro, um estudo no “British Medical Journal” mostrou que os exames periódicos de mamografia aumentam o risco de as mulheres serem submetidas à retirada total da mama, a mastectomia. Isso apesar de as campanhas de prevenção afirmarem que a detecção precoce reduz a necessidade desse tipo de operação.
As últimas recomendações da Força-Tarefa de Serviços de Prevenção nos Estados Unidos destacam os falsos-positivos e o sobrediagnóstico como problemas graves do rastreamento.

MÉTODO COMPROVADO
De acordo com a radiologista Flora Finguerman, é preciso ter cuidado com esses resultados. “O rastreamento é um método comprovado de redução de mortalidade por câncer de mama. A taxa pode chegar a 30% dependendo da faixa etária.”
Finguerman afirma que existem métodos para reduzir o risco de falsos-positivos nos programas de rastreamento de câncer de mama. “Nos bons serviços de rastreamento, só 4% das mulheres são convocadas a retornar para fazer novos exames.”
Países como a Inglaterra e os EUA controlam os dados dos exames para monitorar possíveis excessos de diagnóstico. O problema, diz a radiologista, é que no Brasil não há um controle desse tipo. “Hoje, são feitas muitas biópsias desnecessárias, há muitas mulheres convocadas a fazer novos exames. Isso gera mais gastos e aumenta o estresse das pacientes.”
Para os autores da nova pesquisa, esse tipo de informação não é veiculado de forma clara para as mulheres nas campanhas de câncer. “O público fica com a impressão de que toda sobrevivente foi salva pelo exame de rastreamento”, escreve Welch. Ele afirma que os exames clínicos e a melhora dos tratamentos aumentaram o número de sobreviventes de câncer na população.
“Mas o sobrediagnóstico também cria um número maior de sobreviventes, que gera publicidade para aumentar os exames preventivos e realimentar a população dos que superaram a doença, em um círculo vicioso.”

Fonte: Folha de São Paulo – Saúde

Avaliação da Perfusão Miocárdica de Estresse por TC de 4 colunas.



Com o estudo sobre avaliação da perfusão Miocárdica de Estresse com Dipiridamol pela Tomografia Computadorizada com 64 Colunas de Detectores, o Dr. Roberto Caldeira Cury Submeteu-se a concurso e foi aprovado em sua tese de doutoramento na Faculdade de Medicina da USP.

“A angiotomografia de múltiplos detectores (TC) é um exame muito útil no diagnóstico de doença arterial coronária (DAC) e, recentemente foi associada à perfusão miocárdia com estresse para detectá-la”, esclarece o autor.

A pesquisa tem como objetivo comparar a perfusão miocárdia da TC, após estresse com dipiridamol, com a cintilografia miocárdia (SPECT) na detecção de estenose coronariana significativa (>70%), usando o cateterismo (CATE) como método de referência. Para isso, mobilizou 36 pacientes (62±8,0 anos, 20 homens) com suspeita de DAC e com SPECT positivo, que em menos de 2 meses foram submetidos a um protocolo de TC para avaliação da PTC e angiografia pela tomografia computadorizada (ATC).

TC foi realizada em um scanner de 64 detectores, com uma primeira aquisição com os seguintes parâmetros: 100mA,120Kv,32x1mm colimação e 60ml de contraste a 3ml/s, após estresse com diridamol(0,56mg/kg/4min), seguida de uma aquisição de repouso/ATC após aminofilina e metoprolol (270-400mA, 120Kv,64x0,5mm e 80 ml de contraste a 5ml/s).

Observadores cegos e independentes, sem conhecimento prévio dos dados clínicos ou dos exames, realizaram análise visual e quantitativa da perfusão e angiotomografia, além de análise angiográficas quantitativa (QCA) para avaliação do CATE. Todos os pacientes completaram o protocolo sem efeito adversos com dose de radiação média de 14,7±3, Msv e exames interpretáveis. PTC foi positiva em 27 de 36 pacientes (75%).

O Dr. Roberto Cury cocluiu que “a perfusão miocárdia de repouso e estresse após dipiridamol na avaliação da doença aterosclerótica coronariana, associada à angiografia pela tomografia é factível e os resultados foram similares ao do SPECT.E, que combinação da informação anatômica e perfusional permite identificar os casos positivos significativa”.

A banca examinadora foi presidida pelo Dr. Carlos Eduardo Rochite e contou com a participação dos seguintes membros: Dr. Carlos Alberto Buchpiguel, Clerio Francisco Azevedo Filho, Guilherme Urpia Monte e Juliano Lara Fernandes.

Fonte: INRAD NEWS.
Imagem: imcc cardio.

Técnica de radiocirurgia.



O Icesp é o primeiro hospital público do país a adotar a técnica de radiocirurgia. Trata-se de uma terapia simples e rápida para tratar pacientes oncológicos que, por motivos clínicos, não poderiam se submeter aos riscos de uma cirurgia comum.

O tratamento é indicado para tumores primários ou metástases localizadas no pulmão e na coluna vertebral, desde que isolados e com até cinco centímetros de diâmetro.

Essa tecnologia de ponta visa concentrar uma grande dose de radiação em focos bastante específicos, provocando a morte das células cancerígenas por meio da quebra de seu DNA e chance mínima de danos aos tecidos sadios.

Além disso, o equipamento possibilita que, mesmo havendo uma pequena movimentação do tumor, provocada pela respiração, somente a área programada seja tratada. Isso porque o aparelho ajusta os disparos quando o tecido saudável fica à frente do dispositivo emissor da radiação. O procedimento dura, em média, cerca de uma hora e libera o paciente para voltar à sua rotina normal imediatamente.

Antes de dar início ao tratamento, uma imagem do tumor gerada pelo próprio equipamento de radioterapia é realizada para que a equipe de médicos e físicos possa posicionar o alvo que será submetido à radiocirurgia.

Justamente por essa precisão, a técnica promove maior proteção dos tecidos vizinhos contra a radiação quando comparada ao tratamento de radioterapia convencional. Por esta razão, embora recebam uma dose elevada de radiação, os pacientes apresentam uma tolerância muito maior à nova técnica.

Além disso, o período de tratamento é mais curto. São necessárias de uma a cinco aplicações, número que pode subir para cerca de 30, quando empregada a radioterapia comum.

“Mesmo sendo indicada para um perfil específico de pacientes, a técnica tem revolucionado a vida de muitas pessoas, que passaram a ter acesso, pelo SUS, a um tratamento de ponta e com mais qualidade de vida”, avalia o diretor geral do Icesp, Paulo Hoff.

Fonte:  www.icesp.org.br

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Álcool e combinação de remédios podem alterar efeito de medicamentos.



Usar remédio por conta própria, sem indicação médica, todo mundo sabe que não deve fazer. Mas há outras dúvidas corriqueiras mais difíceis de responder, como o que é melhor tomar junto com um medicamento: água, leite, suco ou iogurte? Devemos fazer isso em jejum ou durante as refeições?

Também é comum ter dúvidas sobre interações entre remédios e sobre a interferência do álcool no efeito dos medicamentos. Para responder a todas essas perguntas, o Bem Estar desta segunda-feira (3) levou ao estúdio o infectologista Caio Rosenthal e o neurologista Luiz Bacheschi.

O calor e a umidade podem alterar a atuação de um remédio. Por isso, nunca guarde as caixas no banheiro ou na cozinha, nem ao alcance das crianças. Durante o uso, conserve a embalagem original, pois, se houver algum problema, é possível identificar o lote.

O ideal é não guardar medicamentos de que você não vai mais precisar. Mas, se não for possível, evite usá-los sem voltar ao médico, caso o remédio exija receita.

Ainda não há uma legislação no Brasil que oriente o descarte do consumidor comum. Algumas farmácias fazem o recolhimento das sobras.

Medicamentos isentos de prescrição – que não têm tarja – devem ser usados segundo a indicação de um farmacêutico. Eles tratam sintomas como dor de cabeça, azia, febre, tosse, afta ou dor de garganta, e devem ser suspensos se os sintomas persistirem.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os remédios isentos de prescrição são aprovados pelas autoridades sanitárias para tratar sinais e males menores, disponíveis sem receita médica.

Caso tenha algum problema após usar um medicamento, leve o remédio e a embalagem original à Vigilância Sanitária da sua cidade. E procure imediatamente o médico se passar mal após tomar um remédio.

Para evitar que um medicamento prejudique o outro, diga sempre ao médico o que você está tomando, mesmo que sejam remédios comprados sem a necessidade de receita. Antiácidos, por exemplo, podem diminuir a ação de anti-inflamatórios e antibióticos. Outros remédios, como anti-inflamatórios, podem mascarar doenças mais graves.


Não combine álcool com:

- Analgésicos, antitérmicos ou anti-inflamatórios: causar problemas no estômago
- Antidepressivos: pode aumentar a pressão arterial e diminuir o efeito
- Antibióticos: pode provocar vômitos, dor de cabeça e até convulsão
- Antidiabéticos: pode desencadear hipoglicemia severa
- Medicamentos cardiovasculares: pode causar vertigens e desfalecimento.

Fonte: http://g1.globo.com

sábado, 1 de outubro de 2011

Estudantes criam cueca que protege usuário da radiação dos celulares.



A maioria das pessoas costuma sair de casa com o celular no bolso, perto das partes íntimas. Porém, algumas pesquisas afirmam que o aparelho pode não ser tão inofensivo quanto você imagina. Os 4,3 bilhões de usuários de celular, de acordo com esses estudos, estariam correndo risco de desenvolver um câncer, ficarem inférteis ou mesmo impotentes, no caso dos homens.

Pensando nisso, um grupo de estudantes austríacos acaba de criar o "Safety Shorts". O produto é, na verdade, uma cueca que, segundo os desenvolvedores, te protege de toda a radiação emitida pelos aparelhos. A cueca é feita de fios de prata que barram 99% da radiação.

Rico Kogleck, um dos inventores, disse para o site OddityCentral que a ideia surgiu na escola, quando o grupo estava discutindo os efeitos prejudiciais da radiação. Assim, pensaram em uma maneira de se proteger e foi aí que as cuecas surgiram.

O projeto demorou 1 ano para ser finalizado. Os "Safety Shorts" já estão a venda na Áustria e custam US$42 (cerca de R$78).

Fonte:  Olhar Digital.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Câncer de próstata avançado tem novo tratamento.



Os pacientes com câncer de próstata avançado, já resistente ao tratamento convencional, terão em breve uma nova opção. Um estudo identificou uma droga capaz de aumentar a sobrevida desses casos, suavizando sintomas e prometendo melhorar a qualidade de vida.

Teste feito com o Acetato de Abiraterona - publicado na revista especializada “The New England Journal os Medicine” - mostrou que ele pode aumentar em ate 36 % a sobrevida de pacientes que não reagem às terapias atuais, incluindo o tratamento com hormonioterapia.
O estudo acompanhou 1.195 pessoas e verificou que o aumento do tempo de vida dos pacientes que usaram a nova droga foi de 14,8meses em média.

“Até um ano atrás, quando a quimioterapia falhava, o paciente ficava sem tratamento. Agora vamos ter alternativas. O acetato de abiraterona não é a única droga existente com essse objetivo, mas mostrou um excelente resultado”, afirmou Fernando Maluf, chefe do Departamento de Oncologia Clínica do Hospital São Jose (SP).

O medicamento já foi aprovado pelo FDA (órgão que regula remédios e alimentos nos Estados Unidos). No Brasil, a previsão de lançamento é para 2013.

O câncer de próstata -o segundo mais comum entre homens do mundo- usa a testosterona como uma espécie de combustível para conseguir se desenvolver.Uma das primeiras etapas do tratamento desse câncer é justamente inibir a produção do hormônio masculino.

COMO FUNCIONA

Após algum tempo, no entanto, essa limitação deixa de fazer efeitos em certos pacientes. È como se o tumor encontrasse um plano B e começasse a “se alimentar” de outras fontes.
O acetato de abiraterona age inibindo a síntese de outros hormônios masculinos que, embora ajudem a manter as características sexuais do homem, serve de combustível alternativo para o câncer de próstata, estimulando seu crescimento.

Uma das vantagens da nova droga é que ela funciona por via oral. Boa parte dos tratamentos em estudo para tratar pacientes resistentes às terapias atuais precisa ser aplicado por injeções, uma característica que tradicionalmente diminui o índice de adesão e permanência nas terapias.

Segundo os autores do trabalho, chefiado por Johann Bono, do Instituto de Pesquisas de Câncer do Royal Marsden NHS Foundation Trust, houve uma alta adesão ao tratamento com abiraterona.

Ainda segundo o estudo, o acetato também agiu no controle da dor óssea, uma das características do estado avançado da doença.

Baseado em matéria publicada na Folha de São Paulo
2 de julho de 2011.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Avaliação do diagnóstico densitométrico de osteoporose.

Autor: Zanette, Eliane; Stringari, Fernanda F; Machado, Francisca; Marroni, Belmonte J; Ng, Daniel P. K; Canani, Luís H.
Título: Avaliação do diagnóstico densitométrico de osteoporose/osteopenia conforme o sítio ósseo / Evaluation of densitometric diagnosis of osteoporosis/osteopenia according to the bone region
Fonte: Arq. bras. endocrinol. metab;47(1):30-36, fev. 2003. tab, graf.
Resumo: O objetivo deste estudo foi avaliar a freqüência de osteoporose de acordo com os sítios ósseos avaliados, utilizando um estudo transversal de base clínica. Foram avaliados 610 exames densitométricos em relação a freqüência de osteoporose/osteopenia e concordância do diagnóstico de acordo com o local avaliado. Apesar de alta correlação da DMO entre os sítios ósseos, a freqüência de osteoporose variou de acordo com o sítio avaliado. Osteoporose esteve presente em 14 e 18 por cento dos pacientes, quando considerado o colo do fêmur e fêmur total, e 42 e 30 por cento quando considerados o triângulo do Ward e coluna (p< 0,05). Um quarto das mulheres consideradas em risco aumentado de fratura pelo exame da coluna lombar foi classificado como normal pelo estudo do colo do fêmur; 16 por cento com risco aumentado pelo estudo do colo do fêmur foi classificado como normal no estudo da coluna. Este estudo demonstra que existe discordância nos resultados densitométricos de acordo com a área estudada, afetando a ocorrência de osteoporose. Para julgamento clínico de risco de fratura, a avaliação combinada de dois sítios ósseos é o procedimento mais adequado. (AU)
Descritores: Densitometria/métodos
Osteoporose/diagnóstico
Doenças Ósseas Metabólicas/diagnóstico

-Estudos Transversais
Densidade Óssea
Índice de Massa Corporal
Limites: Humanos
Masculino
Feminino
Responsável: BR1.2 - Biblioteca Central

sábado, 6 de agosto de 2011

Câncer de Mama.

 O câncer de mama é provavelmente o mais temido pelas mulheres, devido à sua alta freqüência e sobretudo pelos seus efeitos psicológicos, que afetam a percepção da sexualidade e a própria imagem pessoal. Ele é relativamente raro antes dos 35 anos de idade, mas acima desta faixa etária sua incidência cresce rápida e progressivamente.
Este tipo de câncer representa nos países ocidentais uma das principais causas de morte em mulheres. As estatísticas indicam o aumento de sua freqüência tantos nos países desenvolvidos quanto nos países em desenvolvimento. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), nas décadas de 60 e 70 registrou-se um aumento de 10 vezes nas taxas de incidência ajustadas por idade nos Registros de Câncer de Base Populacional de diversos continentes.
No Brasil, o câncer de mama é o que mais causa mortes entre as mulheres.



Sintomas
Os sintomas do câncer de mama palpável são o nódulo ou tumor no seio, acompanhado ou não de dor mamária. Podem surgir alterações na pele que recobre a mama, como abaulamentos ou retrações ou um aspecto semelhante a casca de uma laranja. Podem também surgir nódulos palpáveis na axila.

Fatores de Risco
História familiar é um importante fator de risco para o câncer de mama, especialmente se um ou mais parentes de primeiro grau (mãe ou irmã) foram acometidas antes dos 50 anos de idade. Entretanto, o câncer de mama de caráter familiar corresponde a aproximadamente 10% do total de casos de cânceres de mama. A idade constitui um outro importante fator de risco, havendo um aumento rápido da incidência com o aumento da idade. A menarca precoce (idade da primeira menstruação), a menopausa tardia (após os 50 anos de idade), a ocorrência da primeira gravidez após os 30 anos e a nuliparidade (não ter tido filhos), constituem também fatores de risco para o câncer de mama.

Ainda é controvertida a associação do uso de contraceptivos orais com o aumento do risco para o câncer de mama, apontando para certos subgrupos de mulheres como as que usaram contraceptivos orais de dosagens elevadas de estrogênio, as que fizeram uso da medicação por longo período e as que usaram anticoncepcional em idade precoce, antes da primeira gravidez.
A ingestão regular de álcool, mesmo que em quantidade moderada, é identificada como fator de risco para o câncer de mama, assim como a exposição a radiações ionizantes em idade inferior a 35 anos.

Detecção Precoce
As formas mais eficazes para detecção precoce do câncer de mama são o exame clínico da mama e a mamografia.

O Exame Clínico das Mamas (ECM)
Quando realizado por um médico ou enfermeira treinados, pode detectar tumor de até 1 (um) centímetro, se superficial. O Exame Clínico das Mamas deve ser realizado conforme as recomendações técnicas do Consenso para Controle do Câncer de Mama.

A sensibilidade do ECM varia de 57% a 83% em mulheres com idade entre 50 e 59 anos, e em torno de 71% nas que estão entre 40 e 49 anos. A especificidade varia de 88% a 96% em mulheres com idade entre 50 e 59 e entre 71% a 84% nas que estão entre 40 e 49 anos.
A Mamografia
A mamografia é a radiografia da mama que permite a detecção precoce do câncer, por ser capaz de mostrar lesões em fase inicial, muito pequenas (de milímetros).

É realizada em um aparelho de raio X apropriado, chamado mamógrafo. Nele, a mama é comprimida de forma a fornecer melhores imagens, e, portanto, melhor capacidade de diagnóstico. O desconforto provocado é discreto e suportável.
Estudos sobre a efetividade da mamografia sempre utilizam o exame clínico como exame adicional, o que torna difícil distinguir a sensibilidade do método como estratégia isolada de rastreamento.
A sensibilidade varia de 46% a 88% e depende de fatores tais como: tamanho e localização da lesão, densidade do tecido mamário (mulheres mais jovens apresentam mamas mais densas), qualidade dos recursos técnicos e habilidade de interpretação do radiologista. A especificidade varia entre 82%, e 99% e é igualmente dependente da qualidade do exame.
Os resultados de ensaios clínicos randomizados que comparam a mortalidade em mulheres convidadas para rastreamento mamográfico com mulheres não submetidas a nenhuma intervenção são favoráveis ao uso da mamografia como método de detecção precoce capaz de reduzir a mortalidade por câncer de mama. As conclusões de estudos de meta-análise demonstram que os benefícios do uso da mamografia se referem, principalmente, a cerca de 30% de diminuição da mortalidade em mulheres acima dos 50 anos, depois de sete a nove anos de implementação de ações organizadas de rastreamento.
O Auto-Exame das MamasO INCA não estimula o auto-exame das mamas como estratégia isolada de detecção precoce do câncer de mama. A recomendação é que o exame das mamas pela própria mulher faça parte das ações de educação para a saúde que contemplem o conhecimento do próprio corpo.
As evidências científicas sugerem que o auto-exame das mamas não é eficiente para o rastreamento e não contribui para a redução da mortalidade por câncer de mama. Além disso, o auto-exame das mamas traz consigo conseqüências negativas, como aumento do número de biópsias de lesões benignas, falsa sensação de segurança nos exames falsamente negativos e impacto psicológico negativo nos exames falsamente positivos.
Portanto, o exame das mamas realizado pela própria mulher não substitui o exame físico realizado por profissional de saúde (médico ou enfermeiro) qualificado  para essa atividade.

Texto: http://www2.inca.gov.br/

domingo, 31 de julho de 2011

A translucência nucal é suficiente para afastar Síndrome de Down?


  O termo “translucência nucal” (TN) refere-se à medida feita, através da ultrassonografia, da prega nucal do feto, ao final do primeiro trimestre da gestação. Ela deve ser realizada entre a 11ª e 13ª semanas de gestação, pelas vias abdominais e/ou transvaginal. Sua medida é considerada excelente meio de rastreamento de síndromes fetais, dentre elas a trissomia do cromossomo 21 ( Síndrome de Down), trissomia do 13 ( Síndrome de Patau), trissomia do 18 ( Síndrome de Edwards), Síndrome de Turner, dentre outras inúmeras.

A medida da TN, quando combinada à idade materna, é capaz de identificar cerca de 80% das ocorrências de trissomas, sendo o método mais efetivo e de menos custo para o rastreamento de cromossomopatias fetais durante o primeiro trimestre da gestação. Portanto, a translucência nucal de espessura normal não exclui a possibilidade de síndromes fetais.

Por outro lado TN está aumentada em cerca de 5% dos fetos cromossomicamente normais. Posto isso, a TN aumentada não constitui, isoladamente, anormalidade fetal. Quando isso acontece, acaba por originar, habitualmente, a realização de um teste diagnóstico (estudo do cariótipo fetal).

A ultrassonografia morfológica, realizada no segundo trimestre da gestação, entre 18ª e 24ª semanas, favorece a detecção das malformações congênitas, aumentando a sensibilidade diagnóstica. Segundo vários autores, a sensibilidade da ultrassonografia obstétrica em diagnosticar corretamente defeitos estruturais fetais, varia de 35 a 78,3%, já na ultrassonografia morfológica é estimada em 78,6%, sem anomalias previamente detectadas. Portanto, a cada 100 exames realizados, cerca de 20 podem não detectar algum tipo de defeito na formação fetal.

Desta forma, tem-se com os registros da literatura, que um exame morfológico não deve excluir todas as malformações fetais. Existem, ainda, algumas malformações fetais que podem não estar presentes no momento da realização da ultrassonografia morfológica, por aparecerem no final da gestação; dentre elas podemos incluir ventriculomegalia cerebral, hérnia diafragmática, agenesia do corpo caloso, atresia do piloro, obstrução intestinais, alterações do trato urinário, alterações cardíacas, entre outras.

O cariótipo fetal, diferentemente dos métodos acima citados, é um exame diagnóstico, capaz de identificar o sexo e as alterações cromossômicas numéricas estruturais das células. É através dele que o diagnóstico pré-natal se torna mais efetivo. No entanto, sua indicação deve ser baseada na avaliação cuidadosa dos benefícios naquela situação específica.


As indicações formais para a realização do estudo cariótipo no pré-natal são bem definidas e incluem:
- Idade materna igual ou superior a 35 anos;
- Idade paterna elevada (50 anos ou mais);
- Gestante ou pai portador de translocação balanceada ou não, ou outra anomalia cromossômica;
- Achados ultrassonográficos suspeitos ou presença de marcadores de risco de anomalia cromossômica fetal, como a translucência nucal aumentada;
- Gestante que apresenta filho anterior com cromossomopatia;
- Uso de drogas com efeito na divisão e multiplicação celular, tais com quimioterápicos;
- Casal com história de abortamentos de repetição;
- Consangüinidade;
- Existência de restrição de crescimento fetal muito evidente sem causa aparente ou de inicio precoce, e do tipo simétrico;
- Ansiedade materna ou do casal.

A obtenção do material fetal pode ser feita por meio de biópsia de vilo coriônico, amniocentese (líquido amniótico) ou cordocentese (sangue fetal). Embora não sejam métodos 100% isentos de risco, as complicações variam entre 0,5 a 1%, sendo tais valores considerados muito baixos, permitindo que a ênfase maior seja no risco genético fetal aumentado.

Concluindo, é importante relembrar que diferentemente do estudo cariótipo fetal, as ultrassonografias são apenas exames de rastreamento, incapazes de excluírem todas as malformações fetais, inclusive quando consideradas normais.

Dra. Carla Cristina T. P. Benetti, Dra. Renata Nogueira Manoel
Publicado no Boletim Mama Imagem n 29 de Abril Junho 2011
Referências com os autores.

Clinica MamaImagem SJ Rio Preto

terça-feira, 19 de julho de 2011

O que está acontecendo com a Radiologia Brasileira?


A Radiologia Brasileira sempre foi considerada pelos colegas como uma das especialidades mais bem organizadas. O nível de articulação da Radiologia junto à entidades maiores como a Associação Médica Brasileira , o Conselho Federal de Medicina , dentre outras atesta essa característica. O destaque inclusive pessoal de alguns radiologistas, como é o caso do Professor Giovanni Cerri que é Secretário de Estado da Saúde de São Paulo, também é emblemático no sentido de demonstrar a força da especialidade.

Até mesmo o propalado poder econômico dos radiologistas que se organizam em laboratórios cada vez mais sofisticados e se aventuram na aquisição de equipamentos caríssimos reforça essa aura.S oma-se também , dentre outras características demonstrativas do nível de articulação da Radiologia Brasileira a capacidade de integração e até mesmo a liderança que os representantes da especialidade têm obtido no seu relacionamento com as instituições internacionais.O Dr. Antonio Soares de São José do Rio Preto , por exemplo é o Presidente da Federação Internacional de Radiologia Pediátrica , e outros radiologistas pediátricos brasileiros têm cargos importantes nas instituições internacionais.

A Radiologia Brasileira é muito bem vista pelas maiores Sociedades Internacionais , como por exemplo o RSNA – Radiological Society of North America - a maior delas – onde o próprio presidente eleito Dr. George Bizet vêm ao Brasil e proclama a importância dos radiologistas brasileiros no panorama internacional.

É com esse pano de fundo que surge a informação de que um dos principais sustentáculos da especialidade a Revista da Radiologia Brasileira vêm enfrentando algumas dificuldades como, por exemplo, redução do numero de artigos encaminhados à revista ou dificuldade em que membros do Conselho Editorial revisem artigos científicos em avaliação.

Com o objetivo de resolver esta questão o Professor Edson Marchiori que é o Editor da publicação divulgou um artigo no Boletim do CBR analisando o problema e destacando a importância desta revista no cenário nacional , particularmente no momento delicado pelo qual a Revista passa para obter indexação nos principais bancos interenacionais. Veja o artigo>>>

A importância da Revista Radiologia Brasileira para a especialidade no país.


Tenho visto com crescente preocupação o esvaziamento da revista Radiologia Brasileira, decorrente principalmente do afastamento de alguns expressivos colegas após as últimas eleições de Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR). Não me cabe discuti os motivos deste afastamento, mas gostaria de chamar a atenção para um dano colateral grave. Este esvaziamento está se refletindo, tanto na redução de artigos encaminhados para a revista, como pelas constantes recusas de revisores ou membros do Conselho Editorial em fazer a revisão dos artigos científicos em avaliação.

A Radiologia do Brasil está ocupando cada vez mais o papel de indiscutível liderança na América Latina, conforme pode ser observado nos nossos principais eventos científicos, especialmente a jornada Paulista de radiologia (JPR). A vinda de professores internacionais expressivos, que inicialmente era vista por alguns deles como uma concessão, um ato de benemerência para o terceiro mundo, passou a ser considerado como uma honraria, que enriquece seus currículos. Isto só traz benefícios para todos nós, radiologistas do Brasil.

Contudo, eu gostaria de ressaltar a importância da revista Radiologia Brasileira neste processo de valorização da nossa Radiologia. Enquanto os grandes eventos radiológicos nacionais são freqüentados por alguns milhares de médicos, o número de acessos à revista Radiologia Brasileira no período de um ano (junho de 2010 a maio de 2011) foi de 290.094 visitas, o equivalente a cerca de 60 vezes o numero de médicos participantes da última JPR! Este considerável número de acessos já acontece mesmo antes de estarmos indexados nos principais bancos de dados internacionais (luta na qual as últimas diretorias do CBR têm se empenhado de maneira louvável). Certamente após a indexação nos principais bancos de dados internacionais (luta na qual as ultima diretorias do CBR têm se emprenhado de maneira louvável). Certamente após a indexação, o número de acessos, que corresponde basicamente ao número de médicos que consultam as nossas pesquisas, deverá crescer exponencialmente.

O alto padrão cientifico atingido pela revista, ao longo dos 50 anos de sua existência, conseguido pelo esforço continuo dos editores que me precederam, com o apoio sem exceção das respectivas diretorias do CBR, não pode sofrer um retrocesso neste momento que estamos submetendo novamente a revista à avaliação pelos bancos internacionais (PubMed e ISI). Este retrocesso não terá volta.

Tenho a pretensão de dizer que a importância da revista Radiologia Brasileira para a Radiologia do Brasil esta acima de qualquer um de nós, leitores, autores, editores e diretorias do CBR. Peço a este mundo de amigos que tenho na Radiologia de todo país que reflitam sobre isso e, se concordarem com estas idéias, por favor, venham nos ajudar a preservar este patrimônio de todos nós, construído por tantas pessoas ao longo de tantos anos.

Por: Dr. Edson Marchiori Editor da revista Radiologia Brasileira

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Anvisa quer novas regras para laparoscopia.



A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) pôs em consulta pública um conjunto de novas regras para melhorar a segurança das clínicas de laparoscopia. O texto, discutido por um ano com representantes de várias especialidades médicas, define, por exemplo, como deve ser feito o procedimento de limpeza dos instrumentos usados. Quando a desinfecção não é feita da forma adequada, o paciente fica exposto a uma série de infecções, como hepatites B e C.

'Ha muitas clínicas ruins, que não observam regras básicas de segurança com o material', alerta o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva, o gastroenterologista Flavio Egima.

Fabiana Sousa, especialista em vigilância sanitária da Anvisa, dá um exemplo da falta de cuidado nessa área: 'Um profissional trabalhando em esquema de mutirão realizou em um único dia mais de 30 exames de colonoscopia com apenas um aparelho.' Se as técnicas de desinfecção tivessem sido adotadas, ele teria levado pelo menos 40 minutos entre um procedimento e outro. A colonoscopia é o exame feito por endoscopia para identificar problemas no reto e no intestino grosso.

Egima diz que nem todas as clínicas que fazem o exame seguem as medidas de limpeza, que vão da lavagem cuidadosa do endoscópio ao uso de um produto saneante, encarregado de eliminar os micro-organismos.

A comprovação difícil: no Brasil, não existem trabalhos sistemáticos verificando o [índice de infecção contraída durante exame laparoscópico. A s estatísticas internacionais apontam para um índice de 1 caso a cada 1 milhão de exames. 'Mas essa estatística deve ser analisada com cuidado, porque é difícil comprovar a relação entre infecção e exame', adverte Fabiana.
Muitas vezes, o paciente descobre a infecção tempos depois da realização do exame. Por isso, esquece de fazer uma relação entre causa e efeito.

A resolução traz normas específicas sobre a infraestrutura dos serviços. As regras variam de acordo com a complexidade do procedimento. Nas clínicas em que o paciente não precisa ser sedado, a infraestrutura é mais simples. Naquelas em que o paciente tem de receber anestesia, as exigências são maiores.
'A resolução traz, num só documento, regras que estavam esparsas', avalia Egima. Ele diz que não era raro encontrar clínicas que alegavam desconhecimento das exigências.
Entre as especialidades médicas que participaram do preparo do texto estão gastroenterologia, otorrinolaringologia e ginecologia. As regras propostas pela resolução ficarão em consulta pública durante 60 dias.

Fonte: Anvisa

terça-feira, 12 de julho de 2011

astraia: administrando os dados do paciente.

Um dos aspectos fundamentais para avaliação diagnóstica em obstetrícia é a parametrização dos dados biométricos obtidos durante o exame ultra-sonográfico. A maior parte dos equipamentos vêm com softwares que auxiliam nesta documentação. Entretanto , estes programas são bastante limitados e algumas vezes com relatórios que não espelham a realidade diagnóstica do paciente. Dentre os programas existentes para trabalhar estas informações o destaque é o astraia , software de origem alemã que há muitos anos vêm sendo aprimorado cada vez mais com o objetivo de auxiliar no manuseio destas informações.

Segundo informações técnicas da Manager Systems, empresa que representa o software no Brasil, o astraia é um aplicativo de banco de dados modular específico para obstetras e ginecologistas. Ele foi desenvolvido pela empresa alemã astraia software gmbh com o apoio da Fetal Medicine Foundation (Londres) e uma equipe de especialistas reconhecidos internacionalmente em ginecologia e diagnóstico pré-natal.

O banco de dados é flexível e pode ser adaptado às necessidades individuais dos clientes bem como aos requisitos legais de cada país.



Há mais de 10 anos no mercado o astraia foi traduzido em mais de 25 línguas e mantém-se atualizado com os últimos dados científicos. O aplicativo oferece uma gama de modelos de relatórios, todos eles destinados a satisfazer as necessidades específicas do médico e da paciente.

o astraia oferece:



• administração global dos dados da paciente

• campos para inserção dos dados claramente estruturados que ajudam a questões pontuais durante os exames

• terminologia padronizada

• sistema de navegação intuitiva

• interface amigável

• flexibilidade e opções de configurações individuais

• serviço orientado ao cliente e suporte

• acesso aos dados científicos mais atuais

• custo e eficiência do tempo

• suporte completo para DICOM

• integração com sistemas de informação hospitalar através de HL7 e soluções proprietárias

• transferência de dados e imagens automática à partir de equipamentos de ultrassom e equipamentos de laboratório

• suporte para estudos clínicos multi-centrado em grande escala e pesquisas estatísticas

• agenda com funcionalidades para marcação de horários e gerenciamento de compromissos

• ferramenta para elaboração de pesquisas

• ferramenta de controle de qualidade

• soluções para um usuário e para rede

• resumos de casos e destaque automático para resultados significativos de exames

• funções para a criação e impressão de relatórios

• ilustrações gráficas para relatórios (gráficos, imagens, medidas)


O Astraia é uma aplicação com tecnologia cliente-servidor, desenvolvida em Java com banco de dados Sybase.

Os seus requisitos técnicos, não incluindo o servidor de imagem, para utilização são:



CONFIGURAÇÃO MÍNIMA

CPU 1 GHz

Memória RAM 512 MB

Espaço livre de HD 5 GB

Resolução gráfica 1024x768

Sistemas Operacionais Suportados: Windows 2000 SP4, Windows XP Professional SP2, Windows Vista Business, Windows 7 Professional, Mac OS X 10.5 Intel, Mac OS X 10.6



CONFIGURAÇÃO RECOMENDADA

CPU DualCore 2 GHz

Memória RAM 2048 MB

Espaço livre de HD 10 GB

Resolução gráfica 1280x1024

Sistemas Operacionais Recomendados: Windows 7 Professional, Mac OS X 10.5 Intel

Veja mais em www.astraia.com.br 

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Radiografia - Fratura exposta de diáfise femoral.

 


Radiografia de Transição Tóraco lombar - Fratura de L1 por explosão.



TC de Coluna lombar- FAF com alojamento de projétil em espaço interdiscal.



TC de Crânio e Pescoço FAF.



TC de Tórax- Dissecção de aorta torácica.



TC de Tornozelo- Pós cirurgico fixadores metalicos.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Médicos pedem menos tomografias para evitar radiação.


Médicos brasileiros estão reduzindo os pedidos de tomografia e substituindo o exame por outros que não emitem radiação ionizante, como o ultrassom e a ressonância magnética.
A iniciativa, confirmada pelo CBR (Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem), ocorre após estudos recentes revelarem que até 2% dos cânceres nos EUA podem estar relacionados ao uso desse tipo de radiação.

Também está em discussão na ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) a revisão de uma portaria de 1995 que regulamentou a radiologia no Brasil. A nova versão do documento vai estabelecer o limite de radiação que os pacientes devem receber em um exame radiológico.

A radiação ionizante pode causar morte celular, e a probabilidade de câncer é proporcional à dose recebida. Hoje não há um limite estabelecido de quantos exames uma pessoa pode fazer para estar segura. A orientação é quanto menos, melhor.

Estudos apontam que o risco de câncer aumenta quando a exposição à radiação, que é cumulativa, passa de 40 millisieverts (mSv). Em uma tomografia computadorizada de abdome, por exemplo, o paciente se expõe de 2 mSv a 10 mSv de radiação ionizante. Se for obeso, a dose chega a ser o dobro.

A preocupação cresceu porque, nos últimos anos, a tomografia passou a ser um dos exames mais pedidos pelos médicos e, muitas vezes, sem necessidade. Nos EUA, ela responde por 50% de toda radiação recebida em exames. Estima-se que até 40% dos exames feitos por ano sejam desnecessários. No Brasil, não há estimativas do tipo, mas estudos mostram situação parecida.

ULTRASSOM

Para o radiologista Fernando Alves Moreira, especialista em tomografia e porta-voz do CBR, o comportamento dos médicos brasileiros começa a mudar. “Como a tomografia tem uma resolução melhor e consegue pegar alterações menores, o pessoal pedia mais. Agora, com a preocupação da radiação, já se intercala com ultrassom ou ressonância."

O urologista Miguel Srougi, professor titular da USP, é um dos que mudaram de conduta, passando a limitar os pedidos de tomografia computadorizada no seguimento de pacientes oncológicos. Antes, ele solicitava uma tomografia a cada quatro meses nos casos de tumores de bexiga, por exemplo. Agora, intercala o exame com o ultrassom. "Se der alguma anormalidade, aí peço a tomografia. Diante das novas evidências, deve ser usada com cautela."

O oncologista Paulo Hoff, diretor-geral do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo Octavio Frias de Oliveira, diz que há mudanças também no acompanhamento do câncer de testículo.
"O exame deve ser feito para complementar uma hipótese clínica, nunca para avaliar se há um câncer quando não existe outra indicação de que isso esteja acontecendo."

RESTRIÇÃO EM CRIANÇAS

Estudos mostram que uma tomografia computadorizada em uma pessoa de 25 anos aumenta o risco de câncer em 0,6%, em relação a quem nunca tenha feito o exame. Moreira diz que, em crianças, o bom senso em limitar exames deve ser ainda maior.

Já existe um movimento mundial neste sentido. Para crianças com doenças pulmonares crônicas, já se discute dispensar algumas fases do protocolo do tratamento (que prevê exames periódicos para análise da doença) para evitar o excesso de radiação.

Fonte: Cláudia Collucci* repórter da Folha de São Paulo

Células que não envelhecem.



Há algum tempo os pesquisadores sabem que uma célula no organismo têm duas opções : envelhecer ou tornar-se cancerígena. Este fenômeno vêm sendo estudado exaustivamente por pesquisadores nacionais e internacionais e muitas têm sido as explicações para que este fenômeno ocorra. Recentemente a Agência FAPESP divulgou artigo onde é mencionado trabalho publicado na revista Science que trata do tema. Veja o artigo de Mônica Pileggi:

 – Diferentemente de uma célula sadia, a cancerígena não entra em senescência, ou seja, não envelhece. Uma nova pesquisa, com resultados publicados na revista Science, identificou dois genes que estão envolvidos nessa maior durabilidade das células cancerígenas.

O estudo foi feito por cientistas nos Estados Unidos em parceria com duas cientistas brasileiras: a pesquisadora Sueli Mieko Oba-Shinjo e a professora Suely Kazue Nagahashi Marie, do Departamento de Neurologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).

O envelhecimento celular é determinado pelo mecanismo molecular caracterizado pelo encurtamento do telômero – parte da sequência de DNA que protege as extremidades dos cromossomos.

Nesse mecanismo, os telômeros ativam a enzima telomerase, que provoca seu encurtamento. Mas isso não ocorre em células cancerígenas, uma vez que elas não produzem essa enzima.

O estudo revela uma nova via em células cancerígenas – independente da telomerase – para a manutenção do comprimento do telômero.

O trabalho identificou, por meio de uma técnica de marcação histológica molecular chamada “hibridização in-situ com marcadores fluorescentes específicos de telômeros” (FISH, em inglês), dois genes encontrados com alta frequência em tumores, denominados ATRX e DAXX. Esses genes são responsáveis por manter o comprimento dos telômeros, evitando o envelhecimento das células cancerígenas.

“Alguns dos mecanismos das células cancerosas são o aumento da proliferação, da migração e a ausência da apoptose [morte celular programada ou renovação celular]”, disse Marie à Agência FAPESP.

Segundo ela, nos genes ATRX e DAXX foram detectadas mutações – por sequenciamento ou por imunomarcação – em alguns tipos de câncer. “Todos os genes com uma grande alteração na sequência tinham o telômero mais preservado, o que justifica um dos mecanismos do processo de câncer”, contou.

Essa mutação foi detectada pela primeira vez em carcinomas de pâncreas, como descreve o artigo na Science. Mas o grupo também identificou a mutação em outros 447 tipos de câncer, entre deles o glioblastoma multiforme – tumor maligno que ataca o sistema nervoso central e atinge tanto crianças como adultos – e o oligodendroglioma – que também ataca o sistema nervoso e tem origem na célula oligodendroglial.

Para os pesquisadores, o objetivo a ser atingido com esses marcadores é o de detectar a doença o quanto antes para que seja possível evitar o crescimento do tumor sólido.

“Essas são mutações genéticas que só existem nos tumores. Se conseguirmos rastreá-las durante a evolução do paciente será possível saber, precocemente, se o tumor voltou ou se está crescendo”, disse Marie. Esse conhecimento poderá ser aplicado em novas terapias contra o câncer.

O estudo foi liderado por cientistas do Departamento de Patologia do Johns Hopkins Medical Institutions, em Baltimore.

Projeto Temático

Marie atua há mais de dez anos na área de genômica e coordenou diversos projetos de pesquisa apoiados pela FAPESP, entre eles o Temático recém- concluído "Procura de marcadores moleculares relacionados ao diagnóstico e prognóstico de tumores do sistema nervoso central".

O artigo que acaba de sair na Science é a terceira publicação na revista resultante de trabalhos desenvolvidos pela rede de pesquisas criada a partir do Projeto Temático e que envolve, no Brasil, além do Departamento de Neurologia da FMUSP, o Hospital do Câncer, em Barretos, a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e a USP de Ribeirão Preto.

Os artigos Integrated Genomic Analysis of Human Glioblastoma Multiform, de 26 de setembro de 2008 (doi: 10.1126/science.1164382), e The Genetic Landscape of the Childhood Cancer Medulloblastoma, de 28 de janeiro de 2011 (doi: 10.1126/science.1198056), descrevem os resultados obtidos pelas pesquisas do grupo com a identificação de marcadores para o diagnóstico precoce de câncer, realizadas em colaboração com instituições nos Estados Unidos.

O novo artigo, Altered Telomeres in Tumors with ATRX and DAXX Mutations (doi: 10.1126/science.1207313), de Sueli Mieko Oba-Shinjo, Suely Kazue Nagahashi Marie e outros, pode ser lido por assinantes da Science em www.sciencexpress.org.

Fonte: Agencia fapesp.